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Textos

Mestre Tito, Vasco Prado e Joseane

- De jeito nenhum, Paulo! Não deixa teu avô na minha sala!
Desconsolado, Paulo olhava para sua nova aquisição e pensava uma forma de convencer Joseane.


Cheio de esperança, um confiante imigrante italiano chega ao porto no Rio de Janeiro, junto com sua esposa e quatro filhas. Reúne sua família e bagagem e começa a descer as escadas do navio, ainda com um pensamento pesaroso por despedir-se de sua encantadora Florença, da bela Santa Maria Del Fiore, do Palazzo Vechio, da Galleria degli Uffizi. Nos últimos degraus da escada, após um profundo suspiro, pensa: “Agora é tudo com você, Tito Bettini. Todo o teu esforço em aprimorar a arte de fundir, tua passagem pelas melhores oficinas hão de te auxiliar a sobreviver e crescer nesta nova terra”.

Logo se tornou conhecido, efetuando monumentos dos presidentes Getúlio Vargas e Deodoro da Fonseca. Do Rio de Janeiro veio para Caxias do Sul a convite da metalúrgica Eberle, para fundir uma obra de Antonio Caringi, denominada Monumento do Imigrante. Seu trabalho era perfeccionista, podendo ser observadas até as impressões digitais de Antonio Caringi no monumento.

Em Caxias do Sul permaneceu, conhecido por todos como mestre Tito, trabalhando com muitos artistas - falava deles com muito orgulho -, entre os quais Vasco Prado. A admiração e amizade entre eles fez com que Vasco Prado o homenageasse criando o seu busto, trabalhado pelo mestre com toda sua perícia.


Com a não aprovação de Joseane o busto ficou esquecido no escritório de Paulo, com os protestos constantes de Joseane, que sempre implicava com o avô do marido. A autoria do busto permaneceu desconhecida até que um visitante identificou a assinatura de Vasco Prado, autor da obra.
Nem mesmo sendo uma peça única de Vasco Prado Joseane permitiu a presença de mestre Tito em sua sala.

Jane Ulbrich
04/04/2016

 

 


 


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